Gracie - Estrela-RS - Grupo de convivência em Estrela é receita de alto astral


Grupo de convivência em Estrela é receita de alto astral

Com músicas, atividades físicas e a sagrada horas do chá, idosos de Estrela demonstram disposição para trocar o sofá e a TV por amizades que agregam à maturidade

Quarta-feira é dia de “agito” no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) no Bairro Imigrantes em Estrela. Achegando um pouco mais para dentro do Cras, é possível ouvir a música animada e observar um número superior a 30 vovôs fazendo um dever fora de casa: se exercitando com alegria. São os idosos do Grupo de Apoio e Convivência do Idoso Estrelense (Gracie) que se esticam, alongam e mandam para bem longe o reumatismo numa receita que já é consolidada pela medicina: se mexer, fazer amigos e soltar a garganta, mesmo que a voz não seja de barítono. É assim que 600 idosos de Estrela conservam a disposição, se juntando em turmas para compartilhar vivências e trocar ideias.

“O Gracie está inserido dentro da Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação (Sedesth), abrange 23 grupos. É um projeto feito para acolher as pessoas da terceira e da quarta idade. No Brasil é considerado idoso quem tem mais de 60 anos. A quarta idade é atingida após os 80, temos os dois”, informa o coordenador do Gracie, João Pedro Stacke, que comenta a disposição da melhor idade ao cantar e se exercitar.

Os grupos são feitos em todos os bairros e no interior do município. Em cada dia da semana, um encontro diferente, mas com a mesma rotina: ginástica, canto e comida.

Cada encontro segue um ritual que é obedecido criteriosamente como se fosse um padrão. Rotinas são importantes na vida de idosos e no Gracie elas são carregadas de energia. Começa com oração, passa pela ginástica e culmina com a hora do chá, o momento sagrado.

Malhação na maturidade

No Gracie, os idosos são provocados a se mexer. O professor de educação física João Batista Martins puxa a frente. Erguer o braço, esticar a perna e o alongamento se perpetua a cada encontro. “Se você perceber, a mensagem do planeta é que você tem que se movimentar, senão o bicho pega”, diz Stacke.

Os vovôs são desafiados a deixar o ócio de lado e ganham em saúde. “Caso algum deles precise de médicos ou orientação profissional, nós os encaminhados aos serviços adequados”, diz Stacke. Com brincadeiras, pessoas da mesma idade e assistência, a vida fica bem mais fácil para os idosos de Estrela.

No ano passado, a campanha para atrair mais integrantes ao Gracie se fortaleceu. “As pessoas que vieram estão satisfeitas.” Os grupos de convivência são uma irmandade em que todos se ajudam e a mútua colaboração resulta em qualidade de vida e aumento da autoestima.

Hora do chá

Existe um momento sagrado aos idosos do Gracie: a hora do chá. Depois das atividades físicas de alongamento e gasto de calorias, eles as repõem com líquido e bolos. A energia em torno da mesa e do momento é vibrante. É o instante em que colocam a conversa em dia, trocam ideias sobre família , filhos, o tempo, a saúde e as atividades programadas e voltam para casa cheio de histórias para relembrar.

Dona Erica Ana Mallmann, (77) é coordenadora do grupo do Cras Imigrantes, ajuda a organizar excursões e a passar a bandeja do bolo. Quase octogenária, sua animação é evidente. Ela participa há 15 anos e diz que o grupo é sua segunda família. “Aqui tem minhas amigas e eu as incentivo a levantar a cabeça.” Animadora oficial da turma, Erica gosta de dançar e fica com o “pé que é um leque” nos bailes. “Ainda tenho em casa a faixa de segunda princesa”, diz orgulhosa de seus feitos. Para Erica, conviver com seus iguais é o melhor remédio. “Não tenho reumatismo eu estou é cheia de saúde.”

Matéria e fotos: Andreia Rabaiolli

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