ORQUESTRA DO CENTRO CULTURAL 25 DE JULHO - VALE DO TAQUARI - MUSICAL... IDADE PARTE II



MUSICAL...IDADE II 
Vera Maria Bencke 

Havia um pequeno, porém importante detalhe: O único a ser remunerado na Orquestra seria o maestro, o que era muito justo e nem se cogitou diferente. Pedimos então que nos trouxesse uma proposta, para que pudéssemos estudar uma maneira de iniciar os trabalhos. Nosso pedido foi atendido e o sistema considerado prático, foi por isso adotado e usado sempre que necessário para assuntos de acertos de valores. O próprio maestro trazia pronta a sua proposta. O Berty corria atrás dos recursos. Só que, naquela época não tínhamos de onde tirar esses recursos. Como conversando a gente se entende, ficou combinado que ele, o maestro, aguardaria até a estréia da Orquestra para receber seus honorários, após a renda proveniente da venda de ingressos para a referida estréia. O maestro tinha em sua proposta, vários itens, por ensaio, por partitura, por arranjo, por página, etc.. Os demais integrantes da Orquestra tocavam sem remuneração, usavam seus próprios instrumentos e arcavam com as despesas de transporte e locomoção. Tudo por amor à causa. 

“Como somos tão pobres, sendo tão ricos” ? Pensava eu . 

Bem, iniciamos os ensaios logo após a fundação da Orquestra, em agosto de 1986 e a estréia seria só lá em dezembro. O Berty não gostava nem um pouco desta situação, sem recursos financeiros disponíveis, mas não havia outro jeito. Até que um dia, após discutir o assunto, chegamos à conclusão de que nós dois éramos os criadores desta situação e resolvemos então adiantar uma pequena parcela de nossa verba particular por conta dos trabalhos já realizados. Isso não foi comentado com ninguém, acho até que nem o maestro ficou sabendo. Mas hoje, que já se passaram quase 15 anos, isso pode ser revelado sem constrangimentos. Mais adiante, também o Centro Cultural nos deu um pequeno respaldo financeiro e assim fomos levando. 

Voltemos então para o que interessa, ou seja, o primeiro ensaio. As emoções daquela noite são inesquecíveis. Acho que todos os que viveram estes momentos haverão de lembrar da primeira peça que o prof. Irineu trouxe para ensaiarmos, chama-se: 

ÄNCHEN VON THARAU , quem não lembra dessa melodia doce e linda. Quem não iria gostar de ouvir uma música tão bonita ? E dentro de minha particular paixão pela música em geral, bastaria esta e o sucesso estaria garantido. Mas, vieram outras, todas lindas e sempre eram novas surpresas para nós, os músicos. Até que veio a décima peça a ser ensaiada que se chama VÁ PENSIERO. Tínhamos, então, um repertório de dez números musicais preparados para a tão esperada estréia da Orquestra, ainda nesse ano de 1986, antes do Natal. O repertório ficava sempre aos cuidados do maestro. 

A Orquestra executava música Semi-Clássica e Folclórica. 

Aumentava também o número de integrantes. Até a estréia já podíamos contar com 18 músicos. Os que ingressaram até lá foram estes: Arnaldo Eidelwein, André Jasper, Elmir Algayer, Ervino Sulzbach, João Vicente do Espírito Santo e Lothar Ruckert. Eram 14 estrelenses e 4 lajeadenses. 

(continua)

Documento do Acervo do Memorial da Aepan-ONG

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