Arnaldo J. Diel – Empresário de destaque em Estrela no século XX



Arnaldo J. Diel com a esposa Maria Verena Ruschel 

Texto: Airton Engster dos Santos 
Fonte: Diálogos com Flavio Jaeger 

Arnaldo J. Diel, nascido em Cruzeiro do Sul em 13 de abril de 1911, casado com Maria Verena Ruschel, empresário em Estrela, falecido na praia de Atlândida em 9 de janeiro de 1969, é considerado um dos maiores empresários no Rio Grande do Sul, no século XX. 

Em 1945 assumiu como diretor da Cervejaria Estrela, onde permaneceu por 25 anos, até sua morte. Com a mudança do nome para Cervejaria Polar S.A., transformou a empresa na maior organização empresarial do Vale do Taquari. 

Com a aposentadoria do cervejeiro Albert Meinzer, Diel buscou na Argentina o alemão Petar Hirtenkauf e sua família, com quem fez grande amizade e desenvolveu diversos projetos que mudaram a forma de produzir cerveja no Brasil. 

Arnaldo J. Diel incentivou Dragutin Hirtenkauf, filho do cervejeiro Petar, para fazer um curso de especialização sobre produção de cervejas na Alemanha. Na oportunidade o mesmo visitou o Laboratório da Bayer, quando percebeu que capsulas de medicamentos eram acondicionadas em vidros escuros para maior durabilidade. Dragutin trouxe a ideia de utilização de garrafas casco escuro para envazamento de cervejas na Polar de Estrela, o que teve de pronto o apoio de Arnaldo J. Diel, inclusive tornou-se uma das marcas da empresa, “Cerveja Casco Escuro”. Foi um sucesso Nacional. A garrafa casco escuro substitui a verde, mais frágil no transporte, quando parte da carga estourava gerando prejuízos para empresa. 

Cerveja Casco Escuro

Outra novidade instituída na Polar de Estrela foi o rótulo aluminizado para garrafas de bebidas, que não desmanchavam com a umidade na refrigeração das mesmas. Os rótulos antigos de papel eram muito frágeis, não resistiam ao gelo. 

Em 1968 a Cervejaria Polar, administrada por Arnaldo J. Diel, era responsável por 60% de todos os impostos de Estrela, que nesta época tornava-se o décimo município em arrecadação. 

Diariamente caminhões carregados cruzavam as estradas brasileiras levando produtos da Polar de Estrela para diversos estados brasileiros (Goias, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Fortaleza e Brasília). Foi criada uma filial em São Paulo. 


A Polar Export ganhou destaque nacional nesta época. 

O desempenho de Arnaldo J. Diel como empresário despertou o interesse dos partidos políticos que lhe convidaram para assumir cargos públicos e até concorrer em eleições, que nunca foram aceitas pois sua grande paixão sempre foi a Cervejaria Polar. 

No entanto, não se omitiu com relação as questões sociais e sugeriu a classe política a instituição do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, em substituição a estabilidade no emprego que vigia na época e seria extinta. 

Sugeriu também a criação do bi-partidarismo no Brasil a partir da Revolução de 1964, pelo menos garantindo uma opção de escolha para população. 

Arnaldo participou de outras duas empresas do ramo gráfico. Uma em Estrela (Manufatura Estrelense Ltda) e outra no município de Lajeado (Cometa). 


Placa Ginásio Oscar Chaves Garcia

Arnaldo J. Diel teve papel decisivo na construção do Ginásio da SOGES de Estrela, que leva seu nome como homenagem aos relevantes serviços prestados. O Ginásio foi concluído em 1966. Chegou a liberar funcionários com autorização da direção da Polar S/A em Santa Cruz do Sul para auxiliar na obra. 


Em sua homenagem ainda a antiga Rua da Praia no Centro de Estrela (Rua Arnaldo J. Diel reaberta para população em 2008), e da EMEF Arnaldo J. Diel da Comunidade da Lenz. 

Arnaldo J. Diel amou Estrela como poucos. Seu sepultamento em janeiro de 1969 ocorreu com numeroso acompanhamento. Grande consternação tomou conta da cidade.

Texto: Airton Engster dos Santos 

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