Desenvolvimento do rugby brasileiro passa por Estrela


Desenvolvimento do rugby brasileiro passa por Estrela

O Centauros Rugby promoveu neste final de semana, o mais importante curso de Coaching dos últimos anos. Cerca de 40 pessoas de diversos clubes do estado tiveram a oportunidade de aprender com dois grandes nomes do rugby argentino, Mario Barandiaran e Francisco José Meyrelles. O IV Encontro Gaúcho de Rugby se propôs a capacitar jogadores, treinadores e preparadores físicos no desenvolvimento do rugby juvenil. As atividades foram coordenadas pelo educador Eraldo Pinheiro, da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu).

O sábado foi dedicado às atividades teóricas na Câmara de Vereadores de Estrela. Mario Barandiaran explicou situações reais de jogo enquanto Francisco José Meyrelles ficou responsável pelas questões físicas.

"O rugby tem muitas semelhanças com todos esportes em equipe, com a peculiaridade de que o contato físico é permitido e controlado para a obtenção da bola", explica Mário Barandiaran. Uma partida de rugby dura 80 minutos, dividida em dois tempos de 40 minutos. Em um nível médio o tempo real de jogo, descontando as paradas, tem aproximadamente 30 minutos. Nesse tempo, acontecem cerca de 180 situações de contato, ou seja, uma a cada 10 segundos. O treinador esclarece que a realidade de jogo é a mesma para todos e o importante para o educador é ensinar seus jogadores a dominar as situações de contato.

"O desafio dos treinadores é saber quais são as verdadeiras necessidades de cada jogador, pois ser treinador se trata de correção" afirma Mario Barandiaran. Segundo o professor, o rugby é um jogo simples na essência e o que diferencia as equipes depende de apenas quatro variáveis: espaço, quantidade de jogadores, quantidade de adversários e posse de bola. O diferencial dos times está em lidar melhor e mais rápido com as variáveis.

José Meyrelles se dedicou a exaltar a importância da preservação de cada jogador, ensinando exercícios e esclarecendo movimentos a fim de evitar lesões. "A base é movimentar-se bem, para depois colocar carga física", alerta o treinador. Segundo ele, a lesão interrompe a evolução dos atletas e por isso, os exercícios de correção são fundamentais.

Depois de um longo dia, as atividades do sábado encerraram no final da tarde com os participantes sugerindo o que gostariam de treinar na prática. No domingo, foi explicado, no campo do Delfinense, os conceitos vistos no dia anterior e as dúvidas dos atletas.

Participantes de diversos municípios do Rio Grande do Sul, sendo o mais distante de Santa Maria, desfrutaram de 11 horas de muito rugby neste final de semana. O conhecimento dos argentinos, que são treinadores de treinadores, reflete na simplicidade e didática dos conceitos aplicados. Foi uma oportunidade única de aprendizado que enriqueceu o desenvolvimento do rugby brasileiro.

Texto: Nícolas Horn
Fotos: Divulgação

Nenhum comentário: